DESJEJUM
Por Amanda Lima
O sono dela foi tranquilo. Conseguiu ter uma boa noite de descanso e sem sobressaltos e pesadelos. Muito pelo contrário... sonhava com ele, seu Deus grego. Primeiro ele era uma figura estranha chamando atenção de todos pela rua. Depois ele vinha em sua direção, já lindo como o normal, se aproximava, nem palavra trocavam. Só olhares... Como ímãs, as bocas iam se puxando uma a outra e o beijo era certo, os lábios praticamente já haviam se tocado bem levemente, quando uma música interrompeu... Como num passe de mágica sumiu toda aquela cena..... Meu Deus, de onde vinha esse barulho que nada tinha a ver com aquele sonho gostoso?! Ah sim! O celular!
Ligação atendida e despachada, recuperada do ódio pela interrupção sem sentido, ela pensou no que seu amado estaria fazendo naquele momento. Trabalhava. Será que pensava nela? Será que desejava esse beijo que ela agora fixou em sua mente depois daquele sonho tão rápido? Amanda levantou, tomou um copo de leite, andou pelo apartamento com os pensamentos distantes... Ligou o computador, checou seus e-mails, as notícias do dia e resolveu tomar um bom banho, pois nada que fizesse distraia seu pensamento daquele homem maravilhoso e tão desejado. Acordara com uma vontade de encostar sua pele na dele, de matar uma sede que nunca passa. Chamam isso de tesão. Tenho minhas dúvidas... Tesão não seria um tanto quanto fugaz, inesperado, inovador? Pois o que ele despertava em Amanda já há dois anos era um desejo incessante, constante, às vezes repetitivo, ainda que nunca sem graça. Era sede, fome, paixão. Ardia, queimava, consumia, mas nunca era consumido em si mesmo pois não tinha fim. Era desejo em sua mais perfeita e completa expressão!
Um bom banho ajuda a pensar... E assim Amanda teve uma ideia para não desperdiçar aquele momento, que poderia render outros tantos melhores ainda. Vestiu-se para ele, perfumou-se (não em excesso pois ele gosta do cheiro dela), colocou um vestido mas por baixo uma “surpresa” para ele, uma sandália de salto alto, um batom (porque ele gosta do beijo “borrado”) e pegou um táxi para ir ao encontro dele. Chegando no seu trabalho, no estacionamento, Amanda procurou o carro dele e lá ficou esperando alguns minutos que faltavam para o fim do expediente.
Ansiosa, parecia que o tempo demorava mais do que o normal... Mas na verdade, passaram só alguns minutos até que Adonis aparecesse ao longe e viesse se aproximando de seu carro. Assim que avistou Amanda, deu um sorriso largo e ela já sentiu seu coração pular. Chegou perto e colocou as mãos no rosto e nos cabelos dela, deu-lhe um beijo e falou: “Que surpresa boa!” Ela correspondeu ao olhar, ao beijo, ao toque e disse: “Estava com muita saudade. Entra que tem mais surpresa!” Na mesma hora ele se inquietou e pensou no que seria. Curioso que é quis falar sobre isso, mas achou melhor atender e descobrir.
Entraram no carro e os olhares eram cúmplices o tempo todo. Ele já sentia o cheiro do desejo de Amanda, o calor que emanava do corpo dela, o fogo no olhar... Ligou o carro e saiu do estacionamento do trabalho. Pegou a rua principal e já ali Amanda em segundos tirou o vestido, ficando só de camisola... A camisola branca que ela adorava...“Vim te despertar e te dar bom dia, meu encanto!” Nossa! Adonis já se perdeu nesse único instante. Não queria mais dirigir e sim se jogar em cima dela. Mas não tinha como, não tinha nem mesmo onde parar, um acostamento, nada...
Amanda passou suas mãos nas coxas de Adonis. Apertava suavemente a parte interna das coxas dele, deixando as costas da mão esbarraremm como que sem querer no membro já desperto dele. Ela tocava em sua pele e ele se arrepiava inteiro. De repente Amanda pulou para o banco de trás e começou a se tocar. Adonis estava completamente perdido da sua função de dirigir. Abaixou o espelho retrovisor até ver a mão de Amanda no meio das pernas, enquanto ela se tocava pra ele. Ele não sabia mais se tinha carros na rua, se estava na sua faixa... tudo que queria era engatar a primeira e acelerar dentro do corpo dela... Mas ela insistia pra ele tentar se concentrar no trânsito. Uma freada brusca porque o carro da frente parou sem que ele se desse conta e Amanda: “Viu?! Presta atenção! rsrs”. Disse isso com um olhar mais do que sensual , um olhar convidativo e quente... Adonis então saiu da rua principal e tomou um atalho, pois não aguentaria muito mais tempo sem encostar na sua mulher, sentir na sua pele o calor que aquele corpo tinha. Amanda não parava de se tocar, passar suas mãos em seus seios, em seus mamilos endurecidos, no seu clitóris, quando de repente falou: “Ahnn, trouxe seu café da manhã completo, meu amor....” E enfiou seus dedos em suas entranhas e, chegando-se para frente, enfiou os mesmos dedos na boca do amado. Ele sugou com tanta força que parecia esfomeado demais... Revirava os olhos, gemia, estava enlouquecido de vontade daquela fêmea que o provocava.
Amanda pulou novamente pra frente e sem falar abriu rápido a calça de Adonis e deitou-se por cima das coxas dele, enfiando seu membro já rijo em sua boca. Não com carinho, ainda que ele nunca estivesse ausente, mas com toda volúpia e fome que se apresentava naquele momento. Amanda lambia, sugava, mordiscava, gemia, olhava pra ele e voltava a chupar, babar, engolir o pênis de Adonis com uma paixão incrível por aquele membro tão íntimo seu.
Adonis definitivamente não aguentava mais ... Tinha pego umas ruas mais desertas pra tentar chegar mais rápido em casa, mas não conseguiria levar o carro até o fim do trajeto... Avistou um terreno baldio, com muito mato ... Ninguém na rua, nenhum prédio por perto, só casas e rapidamente lhe pareceram fechadas. A essas alturas Amanda subia pela sua barriga e seu peito com a língua quente, vindo lhe beijar a boca com gosto de sexo. Ele freou, beijou-a com vontade, empurrou seu rosto, olhou dentro dos olhos de fogo dela e deu uma guinada com o carro, entrando no terreno. Outra guinada e conseguiu parar o carro ao lado do muro que dava pra frente da rua, assim quem passasse não veria o carro. Nem desligar o carro Adonis conseguiu... Agarrou com as duas mãos o rosto de Amanda e beijou-a de novo, os dois borrando-se no batom dela, se lambendo. Amanda segurava com a mão o pênis de Adonis, que explodia de fome! Ele empurrou-a de volta pro seu banco, não com violência, mas firme, como quem não consegue mais aguentar estar fora dela... Ele pulou também para o banco do carona, ficando de frente para Amanda e puxou, agora sim com violência, a alavanca de controle do banco, fazendo-o ficar todo na horizontal em um segundo.
Inclinou-se por cima da amada e com as duas mãos na parte de cima da camisola, rasgou-a na altura dos seios dela. Quase que no mesmo movimento encaixou sua boca neles, sugando com paixão, indo de um pro outro, voltando, olhando, apertando e sugando cada vez com mais vontade. Amanda se contorcia inteira. Suas entranhas estavam encharcadas e ela já se perdera naquele banquete de café da manhã, ainda que o prato principal ainda nem tivesse começado. Adonis desceu sua mão pra checar o calor que sentia e seus dedos imediatamente e literalmente se afogaram no meio das coxas de Amanda. Por um breve instante, ele conseguiu fazer uma pausa naqueles movimentos, buscas e trocas e trocou outra coisa: um olhar profundo, que disse tudo que eles já sabiam. Se sentiam com o olhar, se entendiam, se amavam, se acalmavam.... Os olhares sinceros e íntimos deles se bastavam. Se olharam então... as peles encostadas... Adonis, agora lentamente, lambeu o pescoço de Amanda e, enquanto degustava cada milímetro da pele daquele mulher, ele penetrou-a no mesmo ritmo suave das lambidas. Amanda gemia sem baixinho, arqueou o corpo respondendo àquele ato que aquecia ainda mais tudo dentro dela. Mais uma vez se olharam por alguns segundos e o ritmo da dança era lento e gostoso. E então Adonis acelerou, e passou da paixão para o tesão, do amor para transa, do sexo para a trepada e tudo continuava presente, um não excluindo o outro.... Ela gritava por mais, ele gemia que a queria... Apertavam-se, fundiam-se.... O ritmo agora só acelerava, suores pelos corpos, gemidos mais urgentes, até que Amanda se tremeu inteira... Gritava, ria, arfava, gemia na explosão de um gozo maravilhoso! Adonis sentiu aquela loucura toda e explodiu junto e dentro de sua amada com um prazer tão intenso que chegou a parecer nunca ter sido assim....
Por alguns instantes aquela troca permaneceu... gozos, beijos, gemidos... até as respirações irem se acalmando... os corpos colados de suor, as roupas ainda presas em parte aos corpos deles... Amaram-se com o desejo de sempre, com a loucura e a liberdade que se permitem e com a sensação de estarem satisfeitos mas ainda assim nunca saciados um do outro...
Olharam-se cansados, riram um riso delicioso e cúmplice e ela disse: “Bom dia, meu grande amor! Vamos tomar um banho e um segundo café da manhã? Hum?” Ele concordou com um sorriso e um beijo amoroso em sua boca.