quinta-feira, 15 de março de 2012

Da série Contos Eróticos - Capítulo 8

DESJEJUM


Por Amanda Lima

O sono dela foi tranquilo. Conseguiu ter uma boa noite de descanso e sem sobressaltos e pesadelos.  Muito pelo contrário... sonhava com ele, seu Deus grego. Primeiro ele era uma figura estranha chamando atenção de todos pela rua. Depois ele vinha em sua direção, já lindo como o normal, se aproximava, nem palavra trocavam. Só olhares...  Como ímãs, as bocas iam se puxando uma a outra e o beijo era certo, os lábios praticamente já haviam se tocado bem levemente, quando uma música interrompeu... Como num passe de mágica sumiu toda aquela cena..... Meu Deus, de onde vinha esse barulho que nada tinha a ver com aquele sonho gostoso?! Ah sim! O celular!
Ligação atendida e despachada, recuperada do ódio pela interrupção sem sentido, ela pensou no que seu amado estaria fazendo naquele  momento.  Trabalhava. Será que pensava  nela? Será que desejava esse beijo que ela agora fixou em sua mente depois daquele sonho tão rápido? Amanda levantou, tomou um copo de leite, andou pelo apartamento com os pensamentos distantes... Ligou o computador, checou seus e-mails, as notícias do dia e resolveu tomar um bom banho, pois nada que fizesse distraia seu pensamento daquele homem maravilhoso e tão desejado. Acordara com uma vontade de encostar sua pele na dele, de matar uma sede que nunca passa. Chamam isso de tesão. Tenho minhas dúvidas... Tesão não seria um tanto quanto fugaz, inesperado, inovador? Pois o que ele despertava em Amanda já há dois anos era um desejo incessante, constante, às vezes repetitivo, ainda que nunca sem graça. Era sede, fome, paixão. Ardia, queimava, consumia, mas nunca era consumido em si mesmo pois não tinha fim. Era desejo em sua mais perfeita e completa expressão!
Um bom banho ajuda a pensar... E assim Amanda teve uma ideia para não desperdiçar aquele momento, que poderia render outros tantos melhores ainda. Vestiu-se para ele, perfumou-se (não em excesso pois ele gosta do cheiro dela), colocou um vestido mas por baixo uma “surpresa” para ele, uma sandália de salto alto, um batom (porque ele gosta do beijo “borrado”) e pegou um táxi para ir ao encontro dele. Chegando no seu trabalho, no estacionamento, Amanda procurou o carro dele e lá ficou  esperando alguns minutos que faltavam para o fim do expediente.
Ansiosa, parecia que o tempo demorava mais do que o normal... Mas na verdade, passaram só alguns minutos até que Adonis aparecesse ao longe e viesse se aproximando de seu carro. Assim que avistou Amanda, deu um sorriso largo e ela já sentiu seu coração pular. Chegou perto e colocou as mãos no rosto e nos cabelos dela, deu-lhe um beijo e falou: “Que surpresa boa!”  Ela correspondeu ao olhar, ao beijo, ao toque e disse: “Estava com muita saudade. Entra que tem mais surpresa!”  Na mesma hora ele se inquietou e pensou no que seria. Curioso que é quis falar sobre isso, mas achou melhor atender e descobrir.

Entraram no carro e os olhares eram cúmplices o tempo todo. Ele já sentia o cheiro do desejo de Amanda, o calor que emanava do corpo dela, o fogo no olhar... Ligou o carro e saiu do estacionamento do trabalho. Pegou a rua principal e já ali Amanda em segundos tirou o vestido, ficando só de camisola... A camisola branca que ela adorava...“Vim te despertar e te dar bom dia, meu encanto!” Nossa! Adonis já se perdeu nesse único instante. Não queria mais dirigir e sim se jogar em cima dela. Mas não tinha como, não tinha nem mesmo onde parar, um acostamento, nada...

Amanda passou suas mãos nas coxas de Adonis. Apertava suavemente a parte interna das coxas dele, deixando as costas da mão esbarraremm como que sem querer no membro já desperto dele. Ela tocava em sua pele e ele se arrepiava inteiro. De repente Amanda pulou para o banco de trás e começou a se tocar. Adonis estava completamente perdido da sua função de dirigir. Abaixou o espelho retrovisor até ver a mão de Amanda no meio das pernas, enquanto ela se tocava pra ele. Ele não sabia mais se tinha carros na rua, se estava na sua faixa... tudo que queria era engatar a primeira e acelerar dentro do corpo dela... Mas ela insistia pra ele tentar se concentrar no trânsito. Uma freada brusca porque o carro da frente parou sem que ele se desse conta e Amanda: “Viu?! Presta atenção! rsrs”. Disse isso com um olhar mais do que sensual , um olhar convidativo e quente... Adonis então saiu da rua principal e tomou um atalho, pois não aguentaria muito mais tempo sem encostar na sua mulher, sentir na sua pele o calor que aquele corpo tinha. Amanda não parava de se tocar, passar suas mãos em seus seios, em seus mamilos endurecidos, no seu clitóris, quando de repente falou: “Ahnn, trouxe seu café da manhã completo, meu amor....”  E enfiou seus dedos em suas entranhas e, chegando-se para frente, enfiou os mesmos dedos na boca do amado. Ele sugou com tanta força que parecia esfomeado demais... Revirava os olhos, gemia, estava enlouquecido de vontade daquela fêmea que o provocava.
Amanda pulou novamente pra frente e sem falar abriu rápido a calça de Adonis e deitou-se por cima das coxas dele, enfiando seu membro já rijo em sua boca. Não com carinho, ainda que ele nunca estivesse ausente, mas com toda volúpia e fome que se apresentava naquele momento. Amanda lambia, sugava, mordiscava, gemia, olhava pra ele e voltava a chupar, babar, engolir o pênis de Adonis com uma paixão incrível por aquele membro tão íntimo seu.
Adonis definitivamente não aguentava mais ... Tinha pego umas ruas mais desertas pra tentar chegar mais rápido em casa, mas não conseguiria levar o carro até o fim do trajeto... Avistou um terreno baldio, com muito mato ... Ninguém na rua, nenhum prédio por perto, só casas e rapidamente lhe pareceram fechadas. A essas alturas Amanda subia pela sua barriga e seu peito com a língua quente, vindo lhe beijar a boca com gosto de sexo. Ele freou, beijou-a com vontade, empurrou seu rosto, olhou dentro dos olhos de fogo dela e deu uma guinada com o carro, entrando no terreno. Outra guinada e conseguiu parar o carro ao lado do muro que dava pra frente da rua, assim quem passasse não veria o carro. Nem desligar o carro Adonis conseguiu... Agarrou com as duas mãos o rosto de Amanda e beijou-a de novo, os dois borrando-se no batom dela, se lambendo. Amanda segurava com a mão o pênis de Adonis, que explodia de fome! Ele empurrou-a de volta pro seu banco, não com violência, mas firme, como quem não consegue mais aguentar estar fora dela... Ele pulou também para o banco do carona, ficando de frente para Amanda e puxou, agora sim com violência, a alavanca de controle do banco, fazendo-o ficar todo na horizontal em um segundo.
Inclinou-se por cima da amada e com as duas mãos na parte de cima da camisola, rasgou-a na altura dos seios dela. Quase que no mesmo movimento encaixou sua boca neles, sugando com paixão, indo de um pro outro, voltando, olhando, apertando e sugando cada vez com mais vontade. Amanda se contorcia inteira. Suas entranhas estavam encharcadas e ela já se perdera naquele banquete de café da manhã, ainda que o prato principal ainda nem tivesse começado. Adonis desceu sua mão pra checar o calor que sentia e seus dedos imediatamente e literalmente se afogaram no meio das coxas de Amanda.  Por um breve instante, ele conseguiu fazer uma pausa naqueles movimentos, buscas e trocas e trocou outra coisa: um olhar profundo, que disse tudo que eles já sabiam. Se sentiam com o olhar, se entendiam, se amavam, se acalmavam.... Os olhares sinceros e íntimos deles se bastavam.  Se olharam então... as peles encostadas... Adonis, agora lentamente, lambeu o pescoço de Amanda e, enquanto  degustava cada milímetro da pele daquele mulher, ele penetrou-a no mesmo ritmo suave das lambidas. Amanda gemia sem baixinho, arqueou o corpo respondendo àquele ato que aquecia ainda mais tudo dentro dela. Mais uma vez se olharam por alguns segundos e o ritmo da dança era lento e gostoso.  E então Adonis acelerou, e passou da paixão para o tesão, do amor para transa, do sexo para a trepada e tudo continuava presente, um não excluindo o outro.... Ela  gritava por mais, ele gemia que a queria... Apertavam-se, fundiam-se.... O ritmo agora só acelerava, suores pelos corpos, gemidos mais urgentes, até que Amanda se tremeu  inteira... Gritava, ria, arfava, gemia na explosão de um gozo maravilhoso! Adonis sentiu aquela loucura toda e explodiu junto e dentro de sua amada com um prazer tão intenso que chegou a parecer nunca ter sido assim....
Por alguns instantes aquela troca permaneceu... gozos, beijos, gemidos... até as respirações irem se acalmando... os corpos colados de suor, as roupas ainda presas em parte aos corpos deles... Amaram-se com o desejo de sempre, com a loucura e a liberdade que se permitem e com a sensação de estarem satisfeitos mas ainda assim nunca saciados um do outro...
Olharam-se cansados, riram um riso delicioso e cúmplice e ela disse: “Bom dia, meu grande amor! Vamos tomar um banho e um segundo café da manhã? Hum?” Ele concordou com um sorriso e um beijo amoroso em sua boca.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Da série Contos Eróticos - Capítulo 7



Por Amanda Lima

PROVA  SURPRESA


Ela dormira pouco aquela noite e pensou em matar a aula. Seu corpo pedia descanso... Deixou-se então rolar mais alguns minutos na cama preenchida apenas por seu corpo, seus travesseiros, umas duas revistas abertas e desejos e sonhos sem fim.

Foi nesses poucos minutos de ócio que ela lembrou qual era a aula que pensava em faltar e imediatamente mudou de idéia. Levantou-se rápido, já deixando pela cama a camisola, escovou os dentes no caminho e “mergulhou” no banho, onde despertou de vez.

Cantarolava qualquer coisa sem importância enquanto se secava e depois se arrumava. Olhava-se no espelho e tentava enxergar com olhos que não os seus. Escolheu lingerie branca, um vestido claro estampado e uma sandália rasteirinha. Optou por um perfume suave para aquele dia quente, passou seu batom e pulou o café da manhã, pegando sua bolsa e saindo com pressa para o curso. Estava com fome, mas não do pão com queijo de sempre.

Chegou atrasada e a aula já tinha começado. Amanda entrou tentando atrapalhar o mínimo possível, deu um bom dia quase imperceptível e sentou na parte do fundo da sala. Tentou inteirar-se do assunto já em andamento mas seus olhos nesse momento encontraram os dele. Ele a olhava tão fixamente ou era impressão de Amanda, que desde que o conhecera, sonhava dia e noite com aquele homem de ar seguro mas acessível, calmo mas com um olhar vagamente ansioso e curioso?

Ele era um ótimo professor! Muito competente e extremamente carismático. Mas essa avaliação Amanda sabia mais por conversas entre os colegas do que por sua própria opinião, já que mal conseguia ouvir a matéria. Ainda mais sendo um curso de espanhol... Aquele língua caliente a entorpecia e mal conseguia aprender... A voz dele baixa, praticamente um sussurro, era música para seus ouvidos e bastava ele dar uma “Bom dia!” que seu coração disparava e seus pensamentos começavam uma viagem, ora romântica, ora puramente sensual e sexual.
A hora passou rápido e a aula chegou ao fim. Que pena... mais uma semana até vê-lo novamente. Amanda tinha pensado em se aproximar... Tentar descobrir se aquele olhar tantas vezes encontrado e penetrante era mesmo nela ou apenas em cada olhar de aluno para transmitir a matéria simplesmente. Mas, pensava e desistia quase no mesmo momento, achando que não teria coragem para puxar alguma outra conversa que não fosse a matéria e, ainda assim, cercada de outros e outras alunas, quem sabe com os mesmos desejos dela...

Enquanto arrumava suas coisas sem nenhuma pressa, a turma corria alvoroçada pra fora da sala. Era véspera de feriado e todos queriam ir embora correndo. Uns para terminar seus afazeres e viajar, outros simplesmente pra se sentirem livres de compromisso e descansar um dia inteirinho. Mas Amanda não tinha nada para fazer e fazia questão de aproveitar cada minuto ali na presença, mesmo que silenciosa e quase desconhecida ao lado de Adonis. Desconhecida da parte dele, porque ela apostava que nem mesmo seu nome ele sabia de cor. Curioso que ele parecia também não ter a menor pressa. De soslaio ela percebera ele se arrumando pra ir embora: pegava seu relógio em cima da mesa para recolocar no pulso como fazia sempre, ajeitava dentro da mochila uns papéis espalhados na mesa... Logo ia terminar aquela rotina... Então Amanda levantou-se e bem devagar encaminhou-se para a porta, na frente da sala. Nervosa e olhando para o chão, não decidira ainda se daria um tímido tchau ou se desejaria um “bom feriado”, quando ouviu bem baixinho: “Amanda”... Ela gelou e paralisou, ao que ouviu de novo: “Amanda??” Ela olhou na direção dele e Adonis, com uma expressão muito simpática começou a falar sobre uma pesquisa que estava fazendo, que gostaria de contar com colaboração de alguns alunos e queria saber se ela estaria disponível para ajudá-lo. Amanda mal conseguia entender o tema do diálogo, mas faria qualquer coisa para ficar mais perto de Adonis. Sem jeito, ela respondeu que ajudaria no que estivesse ao seu alcance e ele a convidou para sentar e conversarem sobre o assunto.

Você está ocupada agora? Podemos conversar outra hora, semana que vem...”

Não!!! Estou livre. Podemos adiantar e quem sabe já aproveito o feriado com alguma coisa útil.”

Uau... Ela conseguiu responder! E a conversa fluiu, conseguiram debater assuntos em comum e Amanda sentiu que poderia contribuir bastante pois era um tema de seu conhecimento e que adorava. Deve ter passado quase uma hora e o curso já devia estar vazio a essa altura, pois até mesmo o sócio de Adonis no curso, já havia passado por lá dizendo que estava indo embora e que todos já tinham saído. Eles então levantaram-se e Amanda voltou a ficar nervosa por não saber, agora mais ainda, como se despediria do objeto dos seus sonhos. Foram andando lado a lado até a porta da sala num silêncio assustador. Ele falou “Tchau, Amanda. Muito obrigada e bom feriado pra você. Semana que vem voltamos a conversar sobre a pesquisa, tá?!” Ela olhou timidamente pra ele, deu um breve sorriso e concordou, desejando o mesmo para aquele homem parado a sua frente, agora olhando exclusivamente em seus olhos. Virou-se de costas para ele e pos a mão na maçaneta para abrir a porta, quando sentiu a mão dele sobre a sua, impedindo que a porta fosse aberta. Amanda gelou e de início não entendeu. Será que ele ainda queria falar algo sobre a pesquisa? Sentiu então ele quase colado ao seu corpo e a respiração dele em sua nuca. Nada falaram.... Ele pos as mãos nos cabelos de Amanda, afastando-os gentilmente do pescoço e, enquanto beijava sua nuca, descia as mãos pelos ombros e braços, até chegar ao quadril de Amanda, que a essas alturas já não sentia força nenhuma em suas pernas.

Amanda se contorcia em pensamento, mexendo levemente seu pescoço em movimento sincronizado com os quentes e deliciosos lábios daquele homem em sua pele. Foram se mexendo e virando, até ficarem frente a frente. Adonis, com uma mão no rosto de Amanda, num gesto de puro carinho, olhou-a em seus olhos, invadindo quase a alma daquela mulher entregue e disse: “Não paro de pensar em você um minuto!” Amanda não precisou dizer uma palavra. O beijo arrebatador e sedento que se deram no segundo seguinte respondia, perguntava mais, entregava, buscava e desejava sem fim...

Esfregavam-se, beijavam-se, acariciavam-se, beijavam-se... alternavam desespero com ternura, tranqüilidade com volúpia...

Ao lado da porta, na quina da parede entre a porta e o quadro negro, Adonis imprensou Amanda e segurou uma de suas pernas, levantando-a e colando ao lado de seu quadril. Amanda sentiu assim um volume que encostava em sua coxa, mostrando que a desejava. O tesão já a dominara por completo e suas entranhas estavam completamente úmidas e quentes. Adonis foi escorregando o beijo de seus lábios, para o colo, passou por seus seios mesmo por cima do vestido, mordendo de leve e fazendo-os arrepiar... Deslizou mais ainda na sua frente e ajoelhou-se aos seus pés. Levantando seu vestido, Adonis olhava o corpo de Amanda com desejo e assim, passou suavemente os dedos por sua calcinha e foi abaixando a peça pelas pernas de Amanda com calma até tirá-la por completo. Voltou a olhar, admirar e suspendeu novamente a perna de Amanda, apoiando-a em seu próprio ombro. Avançou com sua língua, lábios e uma dedicação nunca antes vista, sugando as entranhas daquela mulher. Ele a penetrava com a língua, lambia sua fenda, alternava pressa e calma, deixando Amanda cada vez mais enlouquecida de tesão.

Adonis voltou a olhar nos olhos de Amanda, que estavam cheios de paixão, e descobriu naquele momento que era esse o sentimento que transbordava nele também. Beijou-a profundamente na boca e com os dedos voltou a explorar aquela fenda encharcada e convidativa ao prazer de ambos. Amanda já não agüentava e gemia... Lembrou-se onde estavam e disse, entre gemidos: “estamos no curso... ahhnnn... pode che..ahnnn..gar alguém... aiiiii.. Não podemos.....” Não queria dizer isso na verdade, foi um súbito medo que passou no instante em que Adonis respondeu: “Não! Não podemos! Não podemos é ficar longe um do outro mais!!!!!” Ele abriu sua calça e deixou-a cair por cima dos pés, chutando-a longe. A urgência era enorme e ele arrancou a cueca, quase que no mesmo momento em que penetrou Amanda, ali mesmo, em pé, ainda imprensando-a na parede....

Ele penetrava e gemia com ela, abaixando a alça do vestido e sugando seus peitos, num ritmo frenético e delicioso. Ela quase explodiu de imediato, tamanho era o tesão que aquele homem a despertou. Mas concentrou-se na pele dele, no cheiro dele, nos sussurros, palavras de “te quero desde que te vi...”, “.. como você é gostosa, Amanda!”.... Devolvia as mesmas palavras, não por gentileza, mas porque era a mais pura verdade. Quando olhou naqueles pequenos olhos, sentiu que tinha que ser dele! E gostoso?? Ahhhhh como era maravilhoso aquele homem!

Dançaram em vários ritmos, mas não conseguiram ir muito longe.. não nessa primeira vez em que a urgência tomou conta da situação sem necessidade de maiores explicações. Amanda explodiu e gemeu alto, tremia, pulsava, gritava mais... e Adonis explodiu junto, gozando dentro de Amanda e misturando assim os líquidos de ambos em uma sensação única e envolvente demais. Continuaram se movendo, se enroscando, dançando uma música mais lenta, mas os passos não podiam parar... era a desaceleração, o alongamento, o final relaxante e prazeroso da grande coreografia que acabaram de apresentar. Foi um espetáculo e tanto! Houvesse platéia e estariam agora todos de pé aplaudindo sem parar.

Quando enfim, conseguiram suspirar, parar, olharam-se mais uma vez nos olhos, na alma e ela disse: “Que aula!! Aprendi muito! Mas não vejo a hora de estudar mais. Amo estudar!!” Adonis deu uma espontânea e gostosa gargalhada e beijou-a com paixão.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

De quatro (mãos)


 Por Denise Fonseca e Arthur Lima


Te beijar
Te olhar
Te beijar te olhando
Te olhar beijando
Te beijar com os olhos
Te beijar os olhos
Te olhar com a boca
Que vontade de te deixar louco
A esmo e solto fora de mim
Que vontade de te perder
Nos meus sentidos assim
Te fazer amor
Só com a minha boca
E com o teu corpo todo
A pulsar descompassado
Flutuando no reflexo
Das minhas pupilas dilatadas.

segunda-feira, 14 de março de 2011

AMOR VIRTUAL

Por Fabrício Carpinejar


Acredito em amor virtual. Não adianta se valer do ceticismo da carne e dizer que a distância engana, que as pessoas não se conhecem, que pode haver desfeita e desilusão.
Acredito em amor virtual. Pois nada é mais expansivo e verdadeiro do que se conhecer pela linguagem. Nada é mais íntimo e pessoal do que se doar pela linguagem.
Não serei convencido da frieza do relacionamento na web, da articulação de fachadas e pseudônimos, da ironia e dos subterfúgios denunciados nos chats.
O que acontece na internet reproduz a vida com seus defeitos e virtudes, não se pode exagerar na desconfiança.
O amor virtual é tão real quanto o sangue. Não preciso enxergar o sangue pra verificar se ele corre.
O amor virtual trabalha com a expectativa e a ansiedade. Como um teatro que se faz de improviso, com a ardência de ser aceito aos poucos, sem o temor e os avisos em falso do rosto.
Na correspondência, há a esperança de ser amado e de entreter as dores. A esperança aceita tudo, transforma todo troco em investimento.
Um gesto de redobrada atenção, uma resposta alentada, uma frase diferente, a cordialidade do eco, e o amor se instala.
Não há o julgamento pelas aparências (que se assemelha a uma execução sumária), mas o julgamento em função do que se imagina ser, do que se deseja, do que se acredita.
São raros os momentos em que se pode fechar os olhos para adivinhar.
Adivinhar é delicioso – é se dedicar com intensidade às impressões mais do que aos fatos.
Alguns dirão que é alienação permanecer horas e horas teclando ou diante de uma câmera e do computador. Mas é envolvimento, amizade, compromisso, É pressentir o cheiro, formigar os ouvidos, seduzir devagar.
Não conheço paixão que não ofereça mais do que foi pedido.
Quem reclamava da ausência de preliminares deve comemorar o amor virtual. Nunca se teve tanta preliminar nas relações, rodeios, educação.
Fica-se excitado por falar. Devolve-se a fala o seu poder encantatório de persuadir.
Afora o espaço democrático: um conversa e o outro responde. Findou o temporal de um perguntar para outro fingir que está ouvindo.
No amor virtual, a linguagem é o corpo.
Dar a linguagem é entregar o que se tem de mais valioso. É esquecer as roupas na corda para escutar a chuva. É recordar memórias imprevistas como do tempo em que se ajudava a mãe a contornar com o garfo a massa do capeletti.
Conversa-se da infância, dos fundos do pátio, do que ainda não se tinha noção, sem ficar ridículo ou catártico.
Abre-se a guarda para olhares demorados nos próprios hábitos.
A autocrítica se converte em humor; a compreensão, em cumplicidade.
É uma distração para concentrar. Uma distração para dentro. Vive-se com mais clareza para contar e se narrar.
Amor virtual é conhecer primeiro a letra, para depois conhecer a voz.
A letra é o quarto da voz.

terça-feira, 1 de março de 2011

MÚSICA - Vanessa da Mata


Nosso sonho

Se perdeu no fio da vida
E eu vou embora
Sem mais feridas
Sem despedidas
Eu quero ver o mar
Eu quero ver o mar
Eu quero ver o mar
Eu quero ver o mar

Se voltar desejos
Ou se eles foram mesmo
Lembre da nossa música
Música
Se lembrar dos tempos
Dos nossos momentos
Lembre da nossa música
Música


Nossas juras de amor
Já desbotadas
Nossos beijos de outrora
Foram guardados
Nosso mais belo plano
Desperdiçado
Nossa graça e vontade
Derretem na chuva

Se voltar desejos
Ou se eles foram mesmo
Lembre da nossa música
Música
Se lembrar dos tempos
Dos nossos momentos
Lembre da nossa música
Música


Um costume de nós
Fica agarrado
As lembranças, os cheiros.
Dilacerados
Nossa bela história
Tá no passado
O amor que me tinhas
Era pouco e se acabou

Se voltar desejos
Ou se eles foram mesmo
Lembre da nossa música
Música
Se lembrar dos tempos
Dos nossos momentos
Lembre da nossa música
Música

SÓ MEU AMOR NÃO SECA

Por Denise Fonseca



Meu céu ficou todo cinza

Não tem nuvens e nenhuma chuva cairá pra refrescar
Ele só desbotou, entristeceu, secou...

Meu jardim não tem mais flores
A grama não está mais verde
Ele amarelou, entristeceu, secou...

Meu corpo perdeu a energia
Se arrasta de tão enfraquecido
Ele simplesmente mudou, entristeceu, secou...

O mar não tem mais ondas nem espuma
Com pouca água e estagnado, seu silêncio incomoda
Ele parou, entristeceu, secou...

Minha alma está aos prantos
Encolhida de tanta dor, questiona, se revolta
Busca a tua e lá se aninha
Atrás de proteção, paz, tudo que puder alcançar.

Lágrimas escorrem
Deixando um rastro pelo caminho
Dos olhos ao meu peito, onde o coração as absorve pra chorar junto

Meu coração apagou, entristeceu, secou...

Quem dera poder acordar
E ver que tudo não passa de um pesadelo.
Abrir a janela e ver o céu azul...
Ir lá fora regar meu florido jardim...
Espantar a preguiça do corpo para um novo dia feliz...
Pular as ondas do mar e dar um mergulho refrescante...
Alimentar minha alma com teu sorriso...
Te dar meu coração mais um dia e pra sempre...

Mas meu céu está todo cinza!

sábado, 29 de janeiro de 2011

DÍVIDA ETERNA...

Por Denise Fonseca

Toda escolha tem um preço...

Até mesmo os sonhos tem seu preço....

Sonhar aquele sonho improvável? Este então é um sonho bem caro!

Estamos passando pela vida e “gastando” nossos vinténs com o que às vezes nem imaginamos. Tentamos o tempo todo controlar nosso saldo, não entrar no vermelho, mas o grande dilema é: o que fazer quando se entra no especial do coração? Quando se vai com tudo e quebra o “porquinho” bem gordo pra gastar tudo naquele paixão arrebatadora...

Claro, os mais sensatos, racionais e prudentes diriam que o melhor a fazer é, antes de mais nada, parar de gastar! Liquidar a dívida que tenha ficado no caminho e daí pra frente controlar todo e qualquer gasto para não “quebrar” de novo.

Parece fácil...

Mas e o impulso... o imprevisto.... a compulsão em ser simplesmente passional e gastar onde e quando bem entender, independente se é ou não um bom investimento? O que fazer com esses sentimentos tão irresistíveis? Como abrir mão da sensação maravilhosa de gastar uma fortuna de vinténs do coração só pra sentir suas pernas tremerem, seus olhos brilharem, sua boca secar e aí gastar mais ainda pra matar a sua sede com um beijo, um romance, palavras doces e promessas?

Como não entrar no “Serviço de Proteção à Paixão” diante de um investimento desses? Ainda que seja de curtíssimo prazo...

Definitivamente eu não seria economista, não trabalharia na Bolsa de Valores, não me encaixo na área de exatas! Sou humana... Humana e falha... Humana e apaixonada... Humana e viva!

E isso me faz arriscar sim! Isso me faz tirar todo o carinho que estava na poupança e depositar na conta de alguém que me faz sorrir, sentir, amar e ser amada!

Passar um cheque sem fundos por uma noite de amor....

Parcelar no cartão de crédito sonhos sem fim...

Sacar todos os sorrisos, gestos e dedicação que estiverem disponíveis...

Isso vai me deixar no vermelho? Pior... pode mesmo me levar à falência? Paciência! Pra que servem os empréstimos de ombros amigos, os parcelamentos de choros e abraços confortadores, a ajudinha amiga de uma viagem pra espairecer? É só uma dívida... quando menos se espera está paga, apesar de todo o aperto que vai nos fazer passar.

O que não pode acontecer de jeito nenhum é ficarmos em dívida com nós mesmos.. com nossos sentimentos e sonhos. Então, invista sim! Sempre! E não se preocupe em deixar reserva pra emergência.... trabalhe sua cabeça pra que ela sempre esteja pronta para correr atrás de mais e mais vinténs pra encher seu coração de novo e de novo.

Ah! E caso o investimento tenha dado certo? Hummm.. Aproveite cada centavo de lucro para gastar, reinvestir e sonhar mais e mais!